Cuba

Una identità in movimento


Terceiro Seminario-Ateliê sobre "Rotas e itinerarios culturais ibero-americanos". "A Rota do escravo no espaco iberoafricano e iberoamericano: a gestao do patrimonio cultural e o desenvolvimento duradoiro". Alocução na cerimónia de abertura

Simão Souindoula


Malabo, Centro Cultural Espanhol, 10-11 de Setembro de 2009

    S.E. Sr. Ministro da Informação, Cultura y Turismo,
    Exmo. Sr. Director do Centro Cultural Espanhol de Malabo,
    Minhas Senhoras, Meus Senhores,
    Caros colegas e Estimados amigos,

E com uma viva emoção que tomou a palavra, em nome do Professor Koichiro Matsuura, Director Geral da Organização das Nações Unidas pela Educação, Ciência e Cultura, mas também, em nome de todos meus colegas do Comité Cientifico Internacional do Projecto "A Rota do Escravo", nesta cerimónia de abertura do Terceiro Seminário-Ateliê sobre "Rotas e Itinerários Culturais Ibero-Americanos", subordinado ao oportuno tema "A Rota do Escravo no espaço ibero-africano e ibero-americano. A gestão do Património Cultural e o Desenvolvimento Duradoiro".

Emoção de regressar nesta cidade, a todos os pontos de vista, histórica, onde cumpriu varias missões no quadro das minhas antigas funções no Centro Internacional das Civilizações Bantu, cuja sede esta em Libreville, no vizinho Gabão.

Sinto a mesma sensação perante as espectaculares mudanças ocorridas na cidade desde a minha última passagem. E, perante isso, orgulho-me de encontrar, aqui, uma parte da África dita positiva, a África em progresso, a África em construção.

Estou, por outro lado, muito satisfeito de reencontrar, aqui, todos os amigos e colegas espanhóis e guineenses.

    S.E. Sr. Ministro da Informação, Cultura y Turismo,
    Exmo. Sr. Director do Centro Cultural Espanhol de Malabo,
    Minhas Senhoras, Meus Senhores,
    Caros colegas, caros amigos,

O nosso encontro de hoje, que se realiza, aqui, nesta ilha do Golfe de Guine, entreposto e zona de transito escravista regional, por excelência, que registou intensos movimentos de cativos em direcção a Península Ibérica e ao Novo Mundo, esta ligado a um dos programas de memória dentre dos mais sensíveis da UNESCO, o muito simbólico Projecto "A Rota do Escravo".

Lançado em Setembro de 1994, o projecto tem como, entre outros alvos, incrementar acções pedagógicas aplicadas numa dinâmica visando romper o mutismo sobre a "Shoah africana", empenhos sobre inventários de lugares de memória e, enfim, um programa de salvaguarda dos arquivos escritos e das tradições orais evocando o desastre que vitimou os melano-africanos.

E, isso e, justamente, a grande problemática da nossa reunião, como gerir, de melhora forma possível, os referidos sítios e monumentos assim como esses repositórios de documentos e como capitalizar o legado intangível e os corpus orais ligados a esta tragédia.

Todos esses aspectos ligados

  • a gestão, preservação e promoção dos vestígios materiais e intangíveis atados a historia do trafico negreiro na África, nas Américas e Caraíbas de expressão ibérica;
  • as vias de potenciar o turismo de memória nessas regiões;
  • o desenvolvimento das alianças estratégicas entre os sectores públicos e privados com a criação de novos serviços turísticos;
  • o reforço do papel das indústrias culturais e criativas e das novas tecnologias de informação e de comunicação com a montagem de exposições electrónicas;
  • e a construção de um portal, em espanhol e português, sobre a temática do nosso Seminário.

Encaixam-se, naturalmente bem, ao Projecto da "Rota".

Algumas dessas recomendações que sairão do nosso Ateliê poderá — tenho a certeza — executadas no quadro do Biénio 2010-2011 do Projecto da Rota dos escravizados.

Com efeito, essas recomendações se arrumarão perfeitamente com as acções previstas que se assentarão em alguns eixos principais do Projecto do Rota tais como a preservação dos arquivos e do legado oral evocando a trata e escravatura dos niger, a investigação, a continuação do inventario dos lugares de memoria, a produção de suportes pedagógicos, a promoção dos aportes culturais de África e a contribuição da Diáspora africana na civilização universal.

Pode-se salientar, nesses capítulos, o prosseguimento das investigações na América andina e dos estudos sobre a presença africana nas margens do Rio de la Plata, a publicação na "Tela" do Atlas das interacções civilizacionais provocadas pelas diferentes movimentações escravistas, a edição de um Inventario Mundial dos Principais Sítios e Lugares de Memoria ligados com a "Travessia Cativa", a continuação da digitalização de fundos iconográficos em África, nas Américas, nas Caraíbas assim como a elaboração do projecto de construção de um Museu Internacional da Escravatura na ilha de Moçambique.

Pode-se, igualmente, indicar, a continuação da produção da serie documentaria "As Rotas da Escravatura. Uma Visão Global", e a montagem, na sede da Comissão da União Africana, em Addis Abeba, de uma exposição multidisciplinar, de longa duração, relativa a escravatura em África.

Será, também, possível prever, bem a propósito com a temática do nosso Seminário, acções no quadro da execução do acordo entre a UNESCO e a Organização Mundial do Turismo.

A implementação das nossas recomendações poderá ser feita, igualmente, no quadro da cooperação com as outras agências do sistema das Nações Unidas, e nomeadamente, o Departamento da Informação do Publico da ONU, encarregues da implementação da resolução da Assembleia Geral sobre o tráfico negreiro, consubstanciada na comemoração do Dia 25 de Marco, declarado Dia Internacional da Comemoração das Vitimas da Trata e da Escravidão Transatlântica e o Alto Comissariado aos Direitos Humanos incumbido do acompanhamento da Declaração e do Plano de Acção saídos da Conferencia de Durban sobre o Racismo, de Setembro de 2001.

Essas orientações que sairão da nossa reunião e as perspectivas traçadas visam, claramente, desconstruir as teorias e os preconceitos racistas que alimentam, ainda, as discriminações contra as populações africanas e afro-descendentes.

E, por isso, que o nosso Ateliê e, a todos os pontos de vista, pertinente. Com efeito, o mundo ibero-africano, ibero-americano e ibero-caribenho representa o maior espaço que registou os mais fortes movimentos de instalação negro no mundo, deixando, assim, inevitavelmente, um vasto património físico e imaterial.

Aproveito, na vertente intangível, evocar, aqui, a famosa anedota do mundongo-sevilhano, Juan Garrido, companheiro de Leon Ponce, que foi o primeiro homem a plantar o trigo no Novo Mundo. Penso que ele merece uma estátua no México.

E, e esta riqueza que e necessário valorizar, facto que criara mais empregos, no sector, em dezenas de especialidades, numa escala de centenas de milhares, reduzindo, assim, a extrema pobreza e garantindo um desenvolvimento duradoiro.

Quero, antes, de terminar a minha intervenção, agradecer vivamente o meu colega Jordi Tresseras pelo reconfortante e generoso convite que ele me endereçou.

Exprimir, também, a minha gratidão, a Eloisa Vaello Marco pela notável eficácia demonstrada na gestão da minha vinda aqui.

Obrigado a todos!

    Simão SOUINDOULA
    Vice-presidente do Projecto da UNESCO "A Rota do Escravo"





Par Simao Souindoula
(8 de setembro de 2009)


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